As exibições dos filmes concorrentes na Mostra Competitiva Nacional trouxeram relevantes reflexões sobre diferentes questões. Nesta quinta-feira, 24 de outubro, os filmes apresentados foram: Amor aos vinte anos (Toti Loureiro e Felipe Poroger – SP); Magalhães (Lucas Lazarini – SP); Riscados pela memória (Alex Vidigal – DF); Vigia (João Victor Borges – RJ); Endotermia (Emiliano Cunha – RS) e Budapest_v4_FINAL2 (Gabriel Motta – RS). Esta noite foi tomada por emoções, histórias de amor, retratação do afeto e da ausência e lembranças sobre o passado político brasileiro.
Um dos filmes mais discutidos da noite foi Magalhães com direção de Lucas Lazarini. O enredo, em forma de filme-arquivo, retrata a campanha eleitoral quando Magalhães Teixeira, em 1992, é eleito prefeito de Campinas, São Paulo. As filmagens do período retratam a campanha do político, as técnicas da equipe de filmagem, além de todo o contexto do impeachment do ex-presidente Fernando Collor.
Lazarini explica que o objetivo do filme é expor os arquivos do Centro de Memória Unicamp – CMU. “Trabalhei no arquivo, fiz um estágio por dois anos e me incomodava o fato dele não ser acessado e visto porque a digitalização não era ainda em arquivo, apenas em mídia física, então, foi o arquivo que me contou o que ele tinha a dizer”.
Além disso, o diretor faz um paralelo apontando as semelhanças políticas retratas no filme com os dias atuais. “A similaridade vem com o pedido de limpeza, a passagem de régua e a promessa de novidade. São coisas que se constroem narrativamente, na televisão naquela época, hoje em dia com memes, Whatsapp e fake news. E isso tudo permanece, a limpeza, a corrupção, sendo que temos todo um esquema eleitoral, e as pessoas, como no filme, não sabem direito o que é que o político faz de fato”, conclui.
Nesta sexta-feira, 25 de outubro, acontece no Auditório Central da Universidade de Santa Cruz do Sul a partir das 19 horas a cerimônia de encerramento, homenagens e a premiação dos filmes vencedores.