Festival Santa Cruz de Cinema

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As produções selecionadas para as mostras Competitiva Brasil, Olhares Daqui, Anima Santa Cruz e RS, do primeiro Festival Santa Cruz de Cinema, foram anunciadas em 28 de agosto, em evento realizado na emProeza Beer/em. Na noite, Helena Poetini, 24 anos, formada em Produção em Mídia Audiovisual pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), estava lá. A expectativa era a de conhecer os filmes selecionados – entre os mais de 500 inscritos -, e a de saber se o documentário emTekoá Koen-ju/em, do qual é diretora, seria um deles.

Enquanto um clipe com os indicados rodava, Helena percebeu que a produção de um amigo estava entre os selecionados da mostra nacional. Animada com a notícia, pegou seu celular para parabeniza-lo. Quando voltou seus olhos para o telão, a emoção foi ainda maior: ali estava seu nome, seu filme, com título e um trecho. “Foi um misto de descrença com surpresa e euforia. Só soube chorar e abraçar meus amigos e colegas de equipe, Gabriela Kopp, Gustavo Eder e Victor Castilhos. Após, liguei para meus pais que estavam ansiosos esperando por uma notícia. Foi emocionante. Chorei desde que vi nosso filme na seleção”, conta Helena.

emTekoá Koen-ju/em é o resultado da imersão em uma aldeia indígena, de São Miguel das Missões, e do contato com os Mbyá-Guarani. A vontade de realizar um trabalho voltado aos indígenas, colocando-os como protagonistas de uma história, iniciou em 2011. Na ocasião, Helena visitou pela primeira vez as Ruínas de São Miguel. Lá, viu de perto como viviam os indígenas. Passavam o dia no Sítio Arqueológico vendendo artesanato. Fez algumas fotos, mas guardou consigo a vontade de abordá-los para uma conversa. “O comportamento das pessoas me chamou atenção. Elas se emocionavam com o local e o show de luzes, mas desvalorizavam o artesanato indígena e a presença deles no Sítio”, relembra.

Para a diretora, dar voz aos Mbyá-Guarani e mostrar sua realidade, através de como eles mesmos se veem, são os principais objetivos do documentário. “Além de ser um filme sobre indígenas, é sobre a Tekoá Koen-ju. É a aldeia que une todos. Tanto os que ainda vivem lá, como os que já viveram”, explica. Helena enaltece a importância de serem os próprios Mbyá-Guarani e os residentes da Tekoá Koen-ju os responsáveis por contar sobre seu modo de vida e sua cultura.

Na pré-produção de emTekoá Koen-ju/em, as pesquisas foram parte importante.  Contataram historiadores, antropólogos e outros estudiosos na área, até que a visita aos indígenas acontecesse. Cinco dias, foi o período em que estiveram com os Mbyá-Guarani. Uma oficina audiovisual com os indígenas foi realizada no primeiro dia. Os demais, foram dedicados a produção de conteúdos para o filme, conversas com o povo e escolha dos locais de gravação e dos entrevistados. “Cada momento na aldeia foi único e transformador. A gente se abriu para a experiência e recebemos apenas aprendizado. Sempre optamos por ter um diálogo direto e aberto com os indígenas, afinal, a palavra tem importância muito grande para eles”, conta a diretora.

img class=wp-image-542 src=http://festivalsantacruzdecinema.com.br/wp-content/uploads/2018/10/IS6A1797-300×169.jpg alt= width=521 height=293 / Durante cinco dias, equipe fez imersão em aldeia indígena (Foto/divulgação)

As entrevistas foram captadas em guarani. Quem as transcreveu a mão, com papel e caneta, foi o Cacique Anildo Romeu. Este processo foi importante para a edição do documentário, pois ter uma folha com o depoimento em português e outra, em guarani, facilitou o entendimento na hora da equipe colocar as legendas nos depoimentos. Tudo foi pensado para que o resultado final fosse o melhor possível.
h3Os desafios da produção cinematográfica/h3
emTekoá Koen-ju/em foi gravado com recursos de um edital do Canal Futura, no qual o projeto do documentário foi inscrito, custeando os gastos de sua produção. “Por meio de editais conseguimos produzir filmes, mas é difícil viver disso”, afirma Helena. Manter-se financeiramente no meio tem sido uma das dificuldades enfrentadas pelos cineastas. Na avaliação da diretora, o incentivo à cultura tem sofrido cortes significativos e o acesso aos investimentos destinados à produção audiovisual é difícil. Efeito que é sentido de forma ainda mais intensa nas regiões do interior do país.

A cineasta acredita que se mais empresas se preocupassem em investir dinheiro também em cinema e em outras manifestações culturais e artísticas, o espaço para produzir e promover o audiovisual seria maior. “Existe a possibilidade, através da Lei Rouanet (8.313/91) – instituída pelo Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) -, de captação de verba com empresas que podem destinar parcelas do imposto sobre a renda no apoio direto a projetos culturais, inclusive produções cinematográficas”, complementa.

Outro fator negativo à produção cinematográfica, segundo Helena, é o despeito do governo e da inciativa privada a respeito de quem produz cinema no Brasil. Consequência da crença de que o bom cinema é aquele feito fora do país. “O cinema deveria ser mais acreditado como ferramenta de diálogo, reflexão, educação e mudança. Além disso, ele também pode ser lazer para quem assiste e profissão para quem o produz”, aponta.

Com a proximidade do Festival Santa Cruz de Cinema, o primeiro do qual ela e sua equipe participam com o documentário emTekoá Koen-ju/em, Helena se mostra ansiosa. “É claro que estar na Mostra Competitiva Brasil nos faz sonhar com troféu, mas desde o momento em que fomos selecionados, disse para as pessoas que nos parabenizaram que essa seletiva já é o maior prêmio que poderíamos receber”, avalia.

Para assistir, emTekoá Koen-ju/em será exibido no Festival Santa Cruz de Cinema, em 23 de outubro, a partir das 19h15min, no Auditório Central da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).

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* Esta matéria faz parte de uma série de entrevistas realizadas com alguns dos indicados da Mostra Competitiva Brasil. a href=http://festivalsantacruzdecinema.com.br/2018/10/15/as-pecas-chave-por-tras-dos-filmes/Confira!/a

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